abro uma veia na terra
e outra em mim
os caminhos
sabem-no
ouve o sulco que se forma
à passagem do rio
por essa terra
rasgada
seiva lenta
demorada
língua quente
nos teus braços
no teu pulso
no teu pulso
ritual conhecido
de quem sente que o tempo se aquieta
para ver melhor
quem o toma
golpe fino e doce
como romãs
veio húmido e doce
como romãs
coração ferido
de vida
coração ferido
de vida