quarta-feira, 27 de outubro de 2010

a concha das mãos serve de único abrigo ao desamparo de ser
e um verso serve apenas para fingir que as linhas
inacabadas valem mais
como se ali no fim arbitrário (a arte é uma mentira!) houvesse mais verdade! poderia continuar a repetir esta vacuidade até à exaustão das linhas ou do tempo mas acho que me fiz entender, especialmente por quem não me lê, são esses os melhores leitores, os que virão, e além disto, não posso
continuar
(verso isolado, verbo isolado, e a negativa a pungir tudo!)

e a concha?

1 comentário:

  1. Ah, ah, muito bonito. Doravante deixarei de ler-te para ser melhor leitora. Hmpf!

    (Ainda bem, a arte é uma mentira: sendo o texto -teu- de acima arte, será mentira. Agora só falta a arte neste comentário para invalidar a verdade que nele -se- parecia conter. Vamos a isso, he!)

    Nada sustém a concha das mãos, fora a ilusão do
    amparo do rosto do
    ser
    (verbo, substantivo?)
    isolado,
    inacabado,
    part
    ido.

    A concha de pedra ficará no livro de pedra para a memória, imperecedoura, de pedra, a amparar o não-ser que é. Lembras?

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