nunca viajaste tanto
se soubesses por onde andas!
os braços em que te faço cruzar
os corpos que contorno até cair
e todas as praças em que me deito
perto da terra do chão em noites frias
as palavras que roubo de esticão e que afinal
estavam vazias
pobres, todos!
e as palavras que ponho como moedas nos lábios incautos
de quem não ouve
e até as portas que abro do lado de fora e as janelas agora sempre
viradas ao relento
e só não te fiquei com a televisão porque jamais admitiria a notícia da tua morte
e amanhã, onde vamos?