muito boa é a vida quando
não é preciso proteger os olhos
da luz de dentro, quando o corpo
obedece ao tempo e se senta ou levanta
sem que se conheçam as costuras do sofrimento
quando a noite se anuncia solidamente cronometrada
para que nenhum sonho venha alterar a manhã em que
passando talvez um pouco mais devagar se desse o indiferente
conta de que aquele pequeno amontoado de penas acastanhadas
estranhamente disposto no chão, é afinal o pássaro que na madrugada
cantava o mundo por haver