as coisas são o que são:
todos os sentidos
mais a incompreensão
e talvez o esplendor do amor
basta um sopro de terra
o assomo da manhã
o cheiro húmido
do azul
basta um ou outro som
podem ser palavras
canções de lavra e fome
canções que transbordam
de lábios cheios
basta um eco devolvido
e entregue em mãos
e pelo meio as montanhas
e os desfiladeiros abismais
e o caminho que há-de chegar
basta ouvir o silêncio que há
quando não há mais nada a esconder