no es aire
no es canto
es la piel dura
de tu cuerpo montãna
en el fervor de mayo
es no poder ir más allá
quedarse muriendo
como la piedra
bajo el agua
torrente
ese abrazo
el mar
sábado, 13 de abril de 2013
talvez para Marie Laurencin
concedo ao último olhar a vontade primeira
nele navegam os dias sem rumo sem fim
frescos súbitos de pintor enamorado
pelo momento em que mão e luz
se encontram
esta é a obra
este é o meu corpo derramado
pelo tempo do teu olhar em mim nascido
a viagem chega ao fim
saio antes, saio sempre antes
desse momento em que mão e luz
se perdem
creio uma só vez
esta é a minha vida derramada
pelo silêncio do teu olhar em mim nascido
no me hables de amor
sexta-feira, 12 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
689
das dimensões fez-se obra íntima
exposição pública para iniciados
vermelho gasto no tempo
na travessia da cor
até ao corpo
da obra fez-se visita
dela se guardou a chuva
protectora dos passos
senhora arisca ao sol que a descobre
na dança profunda das transparências
da casa fez-se baile e logo a música
veio insinuar-se nos olhos-lago
salas redondas de te buscar
por toda a imensa parte
dos três números impressos
fez-se o sangue vivo do momento
chovia, chove ainda,
que é da chuva que nos abriga?
das mãos prestidigitadoras fez-se texto
linhas curvas que não cabe decifrar
por onde quer que leias
há um nome que não se pode ocultar
da obra íntima do acaso
segunda-feira, 1 de abril de 2013
s.d.
a menina da janela sabe tudo do poeta do cais
ambos partem incessantemente juntos
e não se sabe se algum dia
voltaram
ambos partem incessantemente juntos
e não se sabe se algum dia
voltaram
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