sábado, 13 de abril de 2013

talvez para Marie Laurencin

concedo ao último olhar a vontade primeira
nele navegam os dias sem rumo sem fim
frescos súbitos de pintor enamorado
pelo momento em que mão e luz
se encontram 

esta é a obra 
este é o meu corpo derramado
pelo tempo do teu olhar em mim  nascido

a viagem chega ao fim
saio antes, saio sempre antes
desse momento em que mão e luz
se perdem

creio uma só vez
esta é a minha vida derramada
pelo silêncio do teu olhar em mim nascido

no me hables de amor