sábado, 27 de outubro de 2018
el agujero
janelinha pequena
umbral onde repousavas
a alinhar imperfeições
como para caberem
na mala do olvido
ou
som que parece água
de um céu clemente
de nuvens e vento
azul-sol
sem religião
ou
ver-te sempre
em tudo
todo
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
El Vals de Tanturi
emigrei apenas para poder dizer golondrina
emigrei apenas para te ouvir dizer golondrina
modulamos timbre e saliva e aproximamos os lábios
emigrei apenas para te ouvir dizer golondrina
modulamos timbre e saliva e aproximamos os lábios
terça-feira, 16 de outubro de 2018
ponto e linha
a liberdade seria sair à rua neste preciso momento
e não regressar a nenhum lado nunca mais
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
No fim do mundo
empunhavas um simples quadrado de seda branca
um quadrado livre e redondo como a queda da lua
nos braços da manhã, quando a luz se insinua
por dentro dos medos e os faz enfim
descansar
nada resiste à certeza da manhã
nada resiste ao gesto breve
de começar
as palavras nascem
e olham-se pela primeira vez
e levam nelas o corpo todo do tempo
que as cala e encerra dentro dos teus lábios
como numa arca que eu pudesse completamente abrir e
saquear
acto único de pirataria selvagem tantas vezes repetido
até ser acto primeiro, final!
o sal imenso dos teus lábios
mudamente nos meus
não cala nada
não esconde nada
saqueio o que posso, mas fere-me a luz da seda branca e
rasgam-me a pele as arestas das pedrarias que roubaste sem piedade
e o sangue sabe-me ainda a mar e aos teus olhos no leme de não sei que vida
fecho os olhos e abro as mãos e de novo me surges como o dia novo, a ilha clara
talvez se esperar a manhã se acabem as palavras e o tempo nelas e nosso
devolvo-te o quadrado de seda branca
borda-lhe, se queres, a realidade
um quadrado livre e redondo como a queda da lua
nos braços da manhã, quando a luz se insinua
por dentro dos medos e os faz enfim
descansar
nada resiste à certeza da manhã
nada resiste ao gesto breve
de começar
as palavras nascem
e olham-se pela primeira vez
e levam nelas o corpo todo do tempo
que as cala e encerra dentro dos teus lábios
como numa arca que eu pudesse completamente abrir e
saquear
acto único de pirataria selvagem tantas vezes repetido
até ser acto primeiro, final!
o sal imenso dos teus lábios
mudamente nos meus
não cala nada
não esconde nada
saqueio o que posso, mas fere-me a luz da seda branca e
rasgam-me a pele as arestas das pedrarias que roubaste sem piedade
e o sangue sabe-me ainda a mar e aos teus olhos no leme de não sei que vida
fecho os olhos e abro as mãos e de novo me surges como o dia novo, a ilha clara
talvez se esperar a manhã se acabem as palavras e o tempo nelas e nosso
devolvo-te o quadrado de seda branca
borda-lhe, se queres, a realidade
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
La certitude
paira, pousa e desaparece
em voos inexplicáveis
levando-nos
eco perdido
no fundo de nada
ainda que a tua boca
me grite mansa o contrário
ce jour-là...
ainda estou para saber
como reúne a tua língua o espaço
e o tempo que certeiros nos acabam
em voos inexplicáveis
levando-nos
eco perdido
no fundo de nada
ainda que a tua boca
me grite mansa o contrário
ce jour-là...
ainda estou para saber
como reúne a tua língua o espaço
e o tempo que certeiros nos acabam
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