adiantei-me meia hora
não importa ao que venho
troco a carta do coronel
por trinta minutos de ficção
troco a história de um país
pelo coincidir das nossas mãos
abrimos uma pizzaria apenas
para podermos mandar os convites
Amanhã, A Grande Estreia!
Amanhã, Começamos
tudo nos é dado desde agora
permitido, por meia hora
chamamos os cães
montamos os cavalos
está uma montanha inteira
há meia hora à nossa espera
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
domingo, 9 de dezembro de 2018
Da tua viagem*
para que iria invocar anjos ou estrelas
se passas num rumor de ferrovia
como a saudar-me de perto
a distância que sabias
desço, desta vez,
deixo que o comboio vá
deixo que me peças que fique
e troco as voltas ao destino
falo-te da passagem pelo Atlântico
do Inverno porteño
da seda a roçar o punho aberto
voando numa sala em Montserrat
da felicidade totalmente inútil
do sentir-tição
as marcas vivas que Camões não vê
Montserrat,
Barrio del Mondongo
sabemos que todo o conhecimento
é inútil, que pôr nomes às coisas
é inútil como já não estares
é não saberes
que estremeci quando passou o comboio
sem saber em que carruagem te encontrar
se passas num rumor de ferrovia
como a saudar-me de perto
a distância que sabias
desço, desta vez,
deixo que o comboio vá
deixo que me peças que fique
e troco as voltas ao destino
falo-te da passagem pelo Atlântico
do Inverno porteño
da seda a roçar o punho aberto
voando numa sala em Montserrat
da felicidade totalmente inútil
do sentir-tição
as marcas vivas que Camões não vê
Montserrat,
Barrio del Mondongo
sabemos que todo o conhecimento
é inútil, que pôr nomes às coisas
é inútil como já não estares
é não saberes
que estremeci quando passou o comboio
sem saber em que carruagem te encontrar
* Para o Ademar Ferreira dos Santos
9-12-1952(-22-05-2010)
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Porcelana e papel*
traduz-me isto
que nunca se faça tarde
para subir de novo a montanha
e uma e outra vez reconhecer as árvores
o estranho corte redondo na encosta
e a casa que habita os sonhos
e de onde se parte
sempre
que nunca se faça tarde
para subir de novo a montanha
e uma e outra vez reconhecer as árvores
o estranho corte redondo na encosta
e a casa que habita os sonhos
e de onde se parte
sempre
*para a María Alonso Seisdedos
domingo, 2 de dezembro de 2018
18, calçada de santa apolónia
caravela, barcarola
rumo certo e acabado
água mar
pedra mágoa
sal granito
sonho largo
roda do leme
rosa dos ventos
aonde me levas
se aqui me tens?
rumo certo e acabado
água mar
pedra mágoa
sal granito
sonho largo
roda do leme
rosa dos ventos
aonde me levas
se aqui me tens?
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