de zamba
azul da manhã
em que a chuva não parou
não a deteve a estranha que me avisava
não me deteve a ponta metálica do guarda-chuva
toques insistentes de quantas Parcas que me enviaste?
seguimos, segui viagem até ao cais
repeti o passo pisando a areia do ano em que te perdi
ou a de ontem na praia da Ribeira das Naus
onde naufragam sonhadores e inquietos
azul de zamba
azul da manhã em que sabemos
que apenas passamos
y
te llevó la tarde
rumbo a su misterio
*À memória de Ademar Ferreira dos Santos,
nascido num dia como o de hoje.