flutuava como um corpo esquecido
mas a esquadria revelou que era Turner
uma aguarela de Turner negra de tanto mar
à deriva
uns passos mais à frente
do lado do mundo que passeia
a serpentina presa na madeira do Tejo
permanecia imóvel ao dia
com a dureza de quem ata
talvez pela última vez
os destinos da tarde
recuei
é preciso revisitar os passos perdidos
e resgatar as mãos de Turner
e da criança alegre no instante circular
de tirar o rolo inteiro da serpentina do bolso
dar-lhe uma coroa pagã e ligeira
uns decretos de cores
histórias por contar
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