sábado, 15 de dezembro de 2012

tango nosso

tango imenso esse negro tango nosso
abrem-se cercas e lentas planícies
para que colhamos sem pejo
as flores que afogam os rios
nas gargantas emudecidas

fero e negro tango de não volver
ao tempo em que temos ainda
vinte anos para perder
em flores que desfolhamos
no acaso conjunto dos dias

tango nosso esse baque surdo
que cala a nua e negra terra 
e do eco longo e fundo
faz-se de um tempo
mundo