terça-feira, 7 de dezembro de 2021

morte em Veneza

ainda que debaixo jaza a humanidade toda
e em redor soem todas as pressas e rotinas
não o sabes já

a laguna sobe e desce sem emoção
o mundo gira indiferente
ainda que nele se agite
o tempo

o poema na gaveta vale tanto
como o manuscrito reverenciado
já viste como não duram as mãos
nem os olhares?

conheci o último humano
ontem