fiz da tua ausência um abismo de paredes lentas com chão
e nele desenho o passar das horas que caminham
seguras, ávidas
fiz da tua ausência uma montanha rarefeita
para ter de te pedir um pouco desse ar
com que me beijas
fiz da tua ausência um nó
para nele poder atar o lenço de uma zamba
que ainda não bailámos
e fiz, faço!, da tua ausência
a cadência que embala
o tempo.