terça-feira, 17 de outubro de 2017

Da Marinha a São Pedro

abrindo as copas verdes e o caminho
não havia nada que não pudesse começar ali
o sol
gosto primeiro dos dias longe de casa
a luz dançante dos pinheiros
a calma tão estranha da primeira viagem
e  o verde escuro das amoras escondidas

hoje, é a chuva mansa que me leva até ao Pinhal
onde tudo termina no barro triste das cinzas longas

nau sem fundo nem glória

hoje, a chuva que cresce abre as copas da memória
a uma promessa que faltou eternamente cumprir

nau de mares abertos e poetas no cais
sempre à espera do mundo melhor

abro o livro na mesma página
em que te deixei