sábado, 28 de outubro de 2017

sopa de pedra

essa água que me dás compõe-se
da minha sede

estas letras
de tudo o que passou

por isso
não te enganes

se te peço apenas pouco mais
que nada

esta pedra é a minha perene pergunta
aos mistérios do mundo

com o que me trouxeres
farei a resposta

um talo
uma espiga
alguns bagos em
mão-cheia medida trémula

nada que se possa deixar escrito
quem entenderia esta métrica na cozinha?

comemos
até termos de novo

fome