essa água que me dás compõe-se
da minha sede
estas letras
de tudo o que passou
por isso
não te enganes
se te peço apenas pouco mais
que nada
esta pedra é a minha perene pergunta
aos mistérios do mundo
com o que me trouxeres
farei a resposta
um talo
uma espiga
alguns bagos em
mão-cheia medida trémula
nada que se possa deixar escrito
quem entenderia esta métrica na cozinha?
comemos
até termos de novo
fome