quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Impermanência

Despojar-se completamente
E era o começo de tudo
Ou um tiro final
Também serve
A saia de seda desliza
Uma única vez até ao chão

Casulo asa 
Mulher

Desliza o chão e a noite
Por fios de uma seda eterna

Que importa, quem conta
Se calamos ou dizemos

Asilo-nos num país improvisado
E desfias-me as fronteiras

Golpe finíssimo
A fingir de carrasco

Proclamação surda
Primeiro dia da derrota dos dias

 Memória desfeita nas tuas mãos

Tudo acabou
Chão larva momento

Por isso te conto 
Sempre novo

Desato o nó
Desliza a seda

História de um país mulher