para medir a distância entre os sulcos
teria de espraiar os dedos um pouco
abri-los em leque numa noite de Verão
quando engoles café amargo e ilusão
sigo os trilhos, perco-me
regresso ao toque e a mim
o gesto é proibido
o tempo é um garrote
abrem-se todas as fronteiras
na ponta dos meus dedos
talvez tenhas pousado o café
talvez te tenhas armado de silêncio
un corps entier
entièrement à l'écoute
se acaso viesse a manhã
ouvir-te-ia contar
paisagens impossíveis
de conter