e se o sismo apenas te poupar as mãos
quando o mundo todo se deita na terra
e se tudo for pó e regresso sem volta
ficando tu em pé à espera do pão
da água do café da confusão matinal do
metro da glória daquela manhã na
janela do 5º andar e as cortinas que
roçavam os vidros e as mãos que
eram mais do que as minhas e as utopias e
o barulho dos vizinhos e o telefone que
não toca porque conversávamos no
ano da graça de 1755
ou 1969 ou talvez
um pouco mais