duas e distintas pontas de desencontrados fios
juntam-se deuses e espíritos e todas as coisas primeiras
mas nada podem contra as mãos que assim tocam
nos irremediáveis fios que ali se encontram
são talvez frutos de uma videira amada
porque dela bebemos e comemos
são talvez os frutos amargos de Saturno
que devagar devoramos
são todas as mãos que semeiam e colhem
que guardam e servem e o balcão onde seguros
celebramos a eternidade absoluta desse entrelaçar
a minha mão na tua nada esconde, nem sequer
o nó que só a pele dos dias conhece
ouro, vinho e mel